Over the rainbow ou over the moon?

Mesmo que você saiba pouco sobre o mundo do rock, já deve ter ouvido falar de Pink Floyd. Ou ainda, deve conhecer aquelas quatro figuras icônicas do cinema- a menina Dorothy, o homem de lata, o espantalho e o leão? Tudo isso, junto e misturado a coincidências, simbologias e fenômenos naturais são os ingredientes dessa conversa.


Dorothy, em Mágico de Oz, quer voltar pra casa e Pink Floyd em “The Dark Side of the Moon” tenta encontrar a si mesmo. Mas não é só isso. As cores também ajudam a refletir essa busca. Na história de Mágico de Oz, o início é em preto e branco- no cinema em sépia. Depois, a protagonista, ao ser levada por um tornado, encontra um mundo colorido onde irá se aventurar com os outros personagens. Na capa do álbum “The Dark Side of the Moon”, um prisma transforma a luz branca em colorida e na contracapa o efeito é contrário. A procura e a transformação são fios condutores nas duas obras. E imagine, esse encontro aconteceu em 1993- aniversário de lançamento dos 20 anos do disco- despertado pelos fãs de Pink Floyd.


Como assim? Para tudo! Mágico de Oz e The Dark Side of the Moon têm mais coincidências??
Naquela ocasião, os fãs começaram essa “vibe” que resultou na sincronia do álbum com o filme- renomeado como “The Dark side of the Oz”. Batidas do coração iniciam e terminam a história, que estão relacionadas às músicas “Speak to me” e “Eclipse”, apontando para um ciclo. Afinal, um coração-símbolo de sentimentos e da vida- é o que o homem de lata mais está querendo.

E ainda, o espantalho busca o cérebro, a razão e o leão a coragem, além de um lugar melhor, em que Dorothy imagina além do arco-íris. É possível relacionar essas ideias à trajetória da vida que se repetem durante a reprodução do filme cantado ao som de Pink Floyd. Trechos da música Breathe “Casa, em casa de novo. Eu gosto de estar aqui quando posso…”; quando o tornado se inicia, o disco toca “The Great Gig In The Sky” (O Grande Espetáculo No Céu); ou aos acordes da música Money, lado B do disco, reproduzida quando Dorothy chega ao mundo de OZ e encontra a estrada de tijolos amarelos, símbolos de riqueza.

Assim, muitas referências podem ser estabelecidas. Os fãs encontraram mais de cem!

É verdade que os membros da banda Pink Floyd negam esse fato. Argumentam que na época seria praticamente impossível produzir algo do tipo, mas a obra de arte uma vez publicada, foge ao controle de seus autores. De qualquer maneira, seja no encontro de si mesmo, ou na crítica ao estabelecido por uma sociedade corroída pelo capitalismo, tais ideias aparecem, em certa medida, nas duas obras.
Se as cores do arco íris nos fascinam, pela sua beleza e sensação de magia, o lado escuro da lua nos atrai pelo mistério e ocultismo e seria esse aspecto obscuro tão contraditório para todos nós? Os últimos versos da canção “Eclipse” reforçam “Não existe lado escuro da lua, na verdade ela é toda escura”.

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